quinta-feira, 5 de abril de 2012

Artigo - Jornal em Foco

A parafernália da modernidade

Muitos de nós, quando saímos de casa pela manhã para o trabalho, carregamos uma penca de “bagulhos” e quando falta uma peça dessa “bagulhada” nos desesperamos. Difícil lembrar tudo que precisamos carregar.

É uma relação imensa: chave da casa, alarme da casa, chave do carro, alarme do carro, alarme do portão de entrada do trabalho, chave do local do trabalho, notebook, chave da sala do local do trabalho, celular pessoal, celular da empresa, carteira com todos os documentos e mais um rosário de coisas de acordo com a rotina de cada um.

Passamos muito tempo para ajeitar cada peça dessa e aquilo que deveria vir para ajudar no nosso dia para que aproveitássemos melhor as horas, acaba vindo para ocupar todo nosso tempo. É preocupação com carregar, recarregar celular, trocar baterias e pilhas de equipamentos eletrônicos que sobra pouco tempo para recarregarmos nossas próprias “pilhas”.

Adiantamos nossa ida para o além. É remédio para um monte de coisa para podermos viver a vida com normalidade. Diminuímos nosso tempo de passagem pelo planeta por conta da judiaria que fazemos com nosso corpo e mente, que teimam em resistir às preocupações da vida moderna, mas perdem o jogo. Ah! e estamos falando só de um dos aspectos desse cotidiano corrido que praticamente todos estamos envolvidos.

É evidente que o corre-corre das pessoas podem ter várias motivações: causas coletivas das mais diversas, interesses comerciais, causas humanitárias, causas religiosas. Mas praticamente ninguém mais escapa dessa “parafernália” diária de coisas que a modernidade nos impõe sob o risco de ficarmos fora do ritmo do mundo que nos cerca.

O que fazer?

Ter o domínio sobre toda a tecnologia que nos cerca. Mais do que ter o domínio de conhecer tudo, é fazer com que esse “monstrengo” não nos domine e acabe com nossas relações. Nada substitui o ser humano, a conversa, o calor da amizade, um beijo, um afago, um abraço.

Se soubermos usar tudo isso como um meio e não como um fim, isso pode nos ajudar. Mas é preciso ter coragem para dizer não para muita “parafernália” que nos atrapalha e que um sistema nos impõe, na maioria das vezes para dar um status e uma felicidade que, se baseada nisso, não se sustenta.

Valmir Ludvig

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