quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O que a mídia contaminada não diz

“Povo hondurenho não está disposto a deixar-se vencer”, afirma Zelaya
por
cristiano última modificação 29/09/2009 23:30
Presidente hondurenho reafirma necessidade de luta, condena repressão e elogia postura do governo brasileiro

29/09/2009
Dafne Melo
da Redação
Após pouco mais de uma semana na embaixada do Brasil, Manuel Zelaya, ainda não viu as negociações com o governo golpista avançarem como gostaria. Para vencer a situação, afirma a necessidade de paciência e continuar as mobilizações por todo país. Tossindo muito e com uma voz cansada, ele concedeu por telefone entrevista exclusiva ao Brasil de Fato da embaixada brasileira em Tegucigalpa.
Brasil de Fato – Existem negociações com os golpistas?
Manuel Zelaya – Há muitas aproximações, mas até o momento nenhuma deu fruto. Mas, sim, há negociações.
Como estão as mobilizações no país?
As mobilizações estão tendo bastante expressão, mas nossa comunicação está comprometida, nossos celulares foram cortados. Mas estamos resistindo com muito estoicismo, muita paciência, porque o bem supremo tem um custo e esperamos conseguir restituir o sistema democrático. As mobilizações continuam em todo país, mas estão sendo muito reprimidas pelas forças armadas e pela polícia. Há um estado de ingovernabilidade que creio que deve ser solucionado nas próximas horas. Creio que um país não pode viver em convulsão, a não ser que queiramos viver como no Afeganistão. A América Latina não merece isso, o povo hondurenho não merece.Reverter o golpe de Estado em Honduras vai ser uma vacina contra os golpes de Estado em todos países da América, incluindo Brasil, reverter vai ser parte da história do Brasil e da América Latina por sociedades mais democráticas que respeitem a soberania popular. Estamos escrevendo história junto com o Brasil
Como avalia a postura do governo brasileiro?
O governo brasileiro e o presidente Lula têm demonstrado sua vocação democrática ao aceitar que seja feito um diálogo a partir da embaixada, e que quem deve fazer parte desse diálogo é o presidente que eles reconhecem, o governo eleito pelo povo. Isso fala muito da estatura moral e política continental que tem o presidente do Brasil. Nós queremos que esse processo dure o menor tempo possível para devolver à América Latina a certeza de que não serão permitidos golpes de Estado no século 21.
Quais são as alternativas, caso não se consiga uma saída diplomática?
A alternativa que temos é manter a luta. O povo hondurenho não está disposto a deixar-se vencer e ajoelhar-se diante de uma ditadura militar. Então, por agora, mantemos as mobilizações e também contamos com o apoio da comunidade internacional.
No Brasil existe uma especulação a respeito de se Lula participou de algum plano para sua volta. O governo nega e diz que foi avisado uma hora antes. O senhor confirma essa informação?
Nem o presidente Lula, nem Marco Aurélio [Garcia], nem o chanceler [Celso] Amorim sabiam da minha chegada a Tegucigalpa com antecedência. Quando cheguei tinha várias opções. Mas escolhi o Brasil. Falei com o Amorim, expliquei que queria tentar algum diálogo a partir daqui, também por motivos de segurança, por temor a represálias ou de ser sacrificado pelo regime. E me disseram que podia ir. Mas só souberam nesse momento

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Paz no Trânsito - Mande notícias (04)

Se você está participando da campanha
ou sabe de alguém que resolveu participar,
mande notícias.
Entre no blog ou envie para valmirludvig@gmail.com

Paz no Trânsito - Sensibilização (03)

Faça a experiência

Fiz a pergunta numa sala de aula sobre quem já havia perdido algum parente por morte no trânsito. A gente se assusta com os depoimentos.

Faça essa pergunta nos grupos que você participa e sensibilize a todos para que entrem na campanha.

Podemos evitar mortes!!

A vida grita!!!

Valmir

Paz no Trânsito - Boas notícias (02)

1) Paulo (Btrans) topou a idéia
2) Jornal "O Município" dá destaque numa página sobre a campanha
3) Coletivo Santa Terezinha dá resposta positiva e colocará fitas brancas nos ônibus
4) Recebo e-mail de Daniel Bedhung abraçando a campanha
5) Em reunião do Secretariado Municipal é apresentada a idéia da campanha
6) Secretaria Municipal vai trabalhar a idéia das fitinhas com as crianças
7) Direção do Feliciano Pires abra escola para a campanha
7) Alunos do Feliciano Pires começam a usar a fitinha
Junte-se a todos que querem mudar essa triste realidade
de tantas mortes no trânsito.
Venha!!
Diga sim à vida!!
Valmir

Paz no Trânsito - Na semana passada (01)

Tem dia que a gente levanta com uma tristeza que não sabe explicar. E o dia foi transcorrendo e minha filha - que estuda em Florianópolis - me mandou uma poesia que fez - por e-mail - lembrando de sua dinda, minha irmã, que morreu faz 5 anos. Sei lá porque me levantei triste. Mas pensei: triste não devo ficar. Tinha de fazer algo útil. Algo que ajudasse as pessoas a pensar no valor da vida. Faz algum tempo que pensei em algumas idéias para ajudar a criar a cultura da paz no trânsito, depois de um acidente que presenciei em Balneário Camboriú. Parei numa faixa de pedestre para uma senhora atravessar e outro motorista não parou, atropelando aquela senhora. Depois daquele dia sempre fiquei inquieto e parece devendo fazer algo pela cultura da paz no trânsito. Depois dessas lembranças tristes, num dia da semana que passou veio a idéia: trabalhar uma campanha com fitas brancas nas antenas dos carros, nas bicicletas, motos e no pulso das crianças. Numa aula, no Feliciano Pires conversei com algumas crianças e elas me animaram a tocar adiante. Telefonei para o Prefeito e para o Alexandre Gevaerd. Mandaram tocar adiante e levar a idéia para a Comissão de Trânsito. À noite falei na Câmara e busquei sensibilizar os vereadores, a imprensa e a comunidade. No dia seguinte, numa conversa com a Direção do Honório Miranda, a diretora disse que a escola estaria aberta para conversar sobre isso. A direção pediu ainda palestras para a criançada. Assumi o compromisso de falar com o Paulo (BTRANS). No terceiro dia fui ao Transporte Coletivo Santa Terezinha e Santa Luzia. Santa Terezinha vai levar à direção da empresa a idéia de colocar fitas brancas nos ônibus e a Santa Luzia vai mandar fazer uma faixa (tipo adesivo) para colocar no vidro dianteiro dos ônibus.

Agora, mãos à obra!

Convido você a participar.

Como??

a) Fale com seus amigos, sua empresa, sua escola, sua associação, sua igreja, seu partido, seu clube, enfim!

b) Arrume fitas brancas para que as pessoas coloquem nas antenas dos carros, numa peça da moto, na bicicleta. Também poderão amarrar fitas brancas nos pulsos, especialmente das crianças.

Criatividade!!!

Em frente!!!

Valmir

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A terra em miniatura

Se pudéssemos reduzir a população da terra a uma pequena aldeia de exatamente 100 habitantes, mantendo as proporções existentes atualmente, seria algo assim:
Haveria:
57 asiáticos
21 europeus
08 africanos
O4 americanos

52 mulheres
48 homens
70 não seriam brancos
30 seriam brancos
70 não cristãos
30 cristãos
89 heterossexuais
11 homossexuais

6 pessoas possuiriam 59% de toda a riqueza e 6 (sim, 6 de 6) seriam norte americanos.

Das 100 pessoas 80 viveriam em condições subumanas.

70 não saberiam ler
50 sofreriam de desnutrição
01 pessoa estaria a ponto de morrer
01 bebê estaria prestes a nascer
Só 01 (sim, só 01) teria formação universitária

Nessa aldeia haveria somente uma pessoa a possuir um computador.

Ao analisar nosso mundo nessa perspectiva tão reduzida, se faz mais presente a necessidade de aceitação, entendimento e educação.
Agora pense... Se você se levantou nessa manhã com saúde e sem doenças, então você tem mais sorte que milhões de pessoas que não sobreviveram nessa semana.

Se você nunca experimentou os perigos da guerra, a solidão de estar preso, a agonia de ser torturado ou a aflição da fome, então você está melhor que 500 milhões de pessoas.

Se você tem comida na geladeira, roupa no armário, um teto sobre sua cabeça e um lugar para dormir, você é mais rico do que 75% da população mundial.

Se você guarda dinheiro no banco, na carteira e tem algumas moedas em um cofrinho já está entre os 8% mais ricos desse mundo.

Você que leu isso, tem melhor sorte que 2 bilhões de pessoas nesse mundo, que não sabe sequer ler.

Leve a consciência do mundo a alguém.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ar leve (Artigo)

Tenho percebido em nossa cidade um ar diferente por todo lugar que vou. Parece um ar mais puro. Percebo menos truculência, mais serenidade nos diversos locais que tenho ido, nas muitas reuniões e nas diversas festas que tenho participado. Tenho escutado também de muita gente que muita coisa mudou ultimamente e que os vários ambientes estão mais leves. Que bom!
Poderia aqui fazer várias argumentações sobre as razões desse ar novo, mas penso que os que me lêem conseguem entender perfeitamente o que estou querendo dizer sem dizer abertamente para não ofender tantos que sustentaram tantas coisas que não queriam e tiveram de fazê-lo para garantir emprego e sossego. Embora talvez hoje tenham percebido o quanto de mal foi produzido nesse longo silêncio que vivemos por essas bandas.
Olhando para o nosso país, quanto mal se produziu com a ditadura. Muitos acham ruim quando se toca nesse velho assunto não resolvido, onde torturadores até hoje não sofreram nenhuma punição pelo mal que fizeram. Quanto mal se produziu e se produz em nossos municípios, quando personalidades fortes, autoritárias, truculentas pensam que estão acima de tudo e de todos.
Como é ruim perceber ainda no meio político tanta gente que não vê sua eleição como um serviço a ser prestado e não um espaço para fazer valer interesses próprios ou de grupos. Políticos que vêem em qualquer movimento, em qualquer manifestação um perigo, tratando de desqualificar rapidamente qualquer possibilidade de questionamentos.
O Brasil é outro. Está longe de ser o que queremos, mas não é mais o mesmo. A população começa a cobrar e não é mais qualquer fofoquinha que ganha eleição ou desestabiliza grupos e governos. Há muito que caminhar ainda, mas muitos passos já foram dados. Parece que tem gente que ainda não percebeu isso.
A população começa a ver o que cada um foi no passado. Quem no passado cometeu equívoco, a comunidade começa a cobrar. E só pode cobrar no presente, quem foi coerente no passado. Isso é bom! Quem grita no presente deve ter lutado no passado por aquilo que quer hoje. Percebemos muitas pessoas que só destruíram no passado, querendo aparecer agora exigindo o que nunca fizeram.
Na sociedade há uma disputa de visões e práticas. Cabe à população sempre escolher o que quer. Eleição é fruto dessa escolha. Escolha que pode ser acertada, pode trazer benefícios ou não. Pena que muitos que perdem eleição, falem em democracia mas não a respeitam. Qualquer manifestação contrária ao que acreditam, desqualificam a tudo e a todos.
Tenho sempre dito que vivemos uma pseudo-democracia. Estamos longe ainda de alcançar a democracia onde de fato o direito de todos seja respeitado. Há muita desigualdade nas representações. Ter eleições ainda não significa ter democracia. Muitos candidatos populares não alcançam cadeiras na Câmara de Vereadores, por exemplo, porque não tem a mínima estrutura para disputar uma eleição. Pior ainda é quando a comunidade não acredita num candidato que está mais próximo dela e busca “os engravatados” pensando que estes vão representá-la melhor. O que geralmente não acontece.
Essa leveza que a cidade passa atualmente deve ser concretizada em todos os momentos. Acredito que é possível uma eleição, mesmo com disputa de idéias, de projetos, ser uma eleição sem mentiras, truculências, confusão. Claro que não é algo simples, mas acredito que devemos cada dia mais caminhar para isso.
Só seremos verdadeiramente maduros, crescidos, equilibrados, quando conseguirmos brigar por idéias e não trazer as diferenças para o campo pessoal. Enquanto não fizermos isso, apenas fingimos que respeitamos. Fingimos que somos democráticos.
Acredito que fomos feitos para viver em harmonia. Harmonia não quer dizer tolerar tudo. Harmonia não é ausência de conflitos. Harmonia é buscar refletir, pensar todos os interesses e em conjunto decidir o que é melhor para a maioria, nunca deixando de respeitar o direito das minorias. Quando conseguirmos isso, nossa convivência, nossas vidas e a vida de todos serão bem mais leves.

Valmir Coelho Ludvig

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Revista sem memória (quando intere$$a)

Mídia esconde caixa-dois de Kátia Abreu
por cristiano última modificação 16/09/2009 18:55
Colaboradores: Altamiro Borges
Quase todo dia, ela aparece nos jornalões oligárquicos e nas telinhas da TV para esbravejar

16/09/2009
Altamiro Borges

Na encarniçada pressão dos barões do agronegócio para inviabilizar a atualização dos índices de produtividade rural, a mídia hegemônica já escolheu a sua heroína: a senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins. Quase todo dia, ela aparece nos jornalões oligárquicos e nas telinhas da TV para esbravejar contra a proposta do presidente Lula, que atendeu uma antiga demanda dos que lutam pela reforma agrária. A edição da revista Veja da semana passada deu destaque à estridente parlamentar ruralista, que propõe uma CPI “para investigar as atividades criminosas do MST” e crítica o governo federal por financiar os movimentos dos trabalhadores rurais sem terra.A revista, que sempre defendeu os interesses dos latifundiários, só se esqueceu de falar sobre as denúncias que pesam contra a senadora do demo. Em julho de 2008, a própria Veja publicou o artigo intitulado “Tem boi na linha”, de autoria de Diego Escosteguy, que desmascara a nova heroína da elite ruralista. “A pecuarista Kátia Abreu, eleita senadora pelo estado do Tocantins, ganhou recentemente o apelido de Ivete Sangalo do Congresso, graças ao seu jeito barulhento de fazer política – e se projetou como estrela dos Democratas”, ironiza a reportagem, agora arquivada.Doações ilegais e irritaçãoO texto, bem mais honesto, lembra que a senadora é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade “financiada compulsoriamente por 1,7 milhão de produtores agrícolas” e que tem um orçamento de R$ 180 milhões. Como prova de suas “ações criminosas”, relata que “a Veja teve acesso a documentos internos da CNA que apontam fortes evidências de que a entidade bancou ilegalmente despesas da campanha dela ao Senado. A papelada revela que a CNA pagou 650.000 reais à agência Talento, em agosto de 2006 – na mesma ocasião em que essa empresa prestava serviços de publicidade à campanha de Kátia Abreu ao Senado”.Ainda segundo a desmemoriada Veja, “a prestação de contas dela à Justiça Eleitoral não mostra despesa alguma com o marqueteiro. Nem doações da CNA, é claro... Irritada com o surgimento da documentação, a Ivete Sangalo do Senado rodou a baiana na CNA. Mandou desligar a rede de computadores da entidade e pediu uma perícia para saber quem vazou os papéis”. Já que a nova estrela da mídia, na sua fúria contra a atualização dos índices de produtividade, coleta assinaturas para uma CPI, seria o caso de investigar também as doações ilegais das entidades ruralistas e as suas relações promíscuas com vários veículos de imprensa e alguns jornalistas de plantão.Campanha orquestrada e barulhentaToda esta barulheira da mídia tem como objetivo pressionar o governo Lula, fazendo-o recuar na sua decisão de atualizar os índices de produtividade. A “barulhenta” senadora do demo serve a tal propósito político. O seu passado é esquecido e ela vive um momento de glória. Nesta ação, a mídia comprova que defende os interesses dos barões do agronegócio, os latifundiários antigos travestidos de empresários modernos. A campanha é orquestrada. Nos últimos dias, os editoriais dos principais veículos privados esbravejaram contra a sinalização positiva do presidente Lula.O Globo de 11 de setembro, no editorial “Desatino rural”, espinafrou o governo, que persegue os “heróis” do agronegócio. A atualização do índice, segundo o jornal da família Marinho, não é uma “questão técnica, mas um pleito encaminhado pelo MST, com representantes infiltrados em aparelhos cedidos pelo governo na máquina pública. E as pressões se dão já num momento de excitação político-eleitoral”. A medida “desfechará um tiro no pé do país e do próprio governo, ao punir um dos setores mais dinâmicos da economia, devido ao ranço ideológico”. No mesmo diapasão, a revista Veja desta semana esqueceu a reportagem de Diego Escosteguy e opinou que “a alteração dos índices mínimos de produtividade rural, principal critério usado para desapropriar terras”, serve ao MST como “desculpa para invadir novas propriedades”. Para este panfleto da direita nativa, que não tem qualquer compromisso com o Brasil e seu povo, “a falta de acesso à terra já não é uma questão social relevante no país”. Por isto a família Civita prefere dar espaço a “Ivete Sangalo do Senado”, apesar de todas as denúncias de caixa-dois, do que aos milhões de brasileiros que lutam por um pedaço de terra para trabalhar e viver com dignidade.


Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do
PCdoB.

Ele quer ser Presidente

Serra cria “apartheid” no sistema público de saúde
por Michelle Amaral da Silva última modificação 16/09/2009 17:37
Com nova lei, organizações sociais e planos de saúde são presenteados por tucanos

16/09/2009
Eduardo Sales de Limada Reportagem
No dia 14, fazia quatro dias que a neta de Lúcia Rejane estava internada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Recém-nascida, a menina possui um tumor na parte externa de sua cabeça. Ela permanece internada porque a máquina de ressonância magnética está quebrada e só esse exame permitirá o diagnóstico: tumor maligno ou benigno. Preocupada, tensa, Rejane fumava dentro do complexo da Santa Casa, num espaço exterior. O hospital é público e administrado por uma organização social (OS), a Irmandade Santa Casa de Misericórdia do Estado de São Paulo.A alguns metros de Rejane, uma contradição. Existe um outro hospital, o Santa Isabel, que só atende a pessoas conveniadas e também pertence à Irmandade Santa Casa. Causa estranheza, entretanto, um hospital privado ocupando um complexo hospitalar público. A porta do pronto-socorro do hospital Santa Isabel é automática, seu interior é bem acabado, mas o mesmo se encontra vazio. Do lado dos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contando 50 metros de distância, cerca de 150 pessoas lotavam um pronto-socorro.Rejane não estava no PS, mas, diante da sua realidade e das dezenas de pessoas esperando por atendimento médico, desabafa: “A gente não tem dinheiro e fica assim; é ruim ter essa diferença, mas os governantes querem assim”. A dona de casa reclamou também da falta de informação e do péssimo atendimento dado a sua neta. A “diferença” de tratamento citada pela avó aflita poderá aumentar ainda mais com a nova lei aprovada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Com a mudança, o tucano poderá ampliar a terceirização de unidades públicas de saúde para entidades privadas em São Paulo e permitirá que até 25% dos atendimentos sejam dedicados aos planos de saúde. Ou seja, os hospitais estaduais gerenciados por OSs serão reembolsados por atendimentos prestados a pacientes que tenham planos de saúde.O deputado estadual Raul Marcelo (Psol) explica que o que já é presenciado por Lúcia Rejane também o será por inúmeras pessoas. “Vai criar o apartheid nos hospitais. Nas Santas Casas já existe uma porta do SUS e outra de um órgão privado”. Como na realidade presenciada por Lúcia Rejane, Raul reforça: “é a porta do plano de saúde vai ser a modernizada”.Mais. Para os críticos da nova lei, o atendimento a convênios prejudicará os pacientes mais pobres, que comumente enfrentam filas enormes, enquanto pessoas com cobertura privada desfrutarão, dentro da rede pública, de melhores serviços. Em declaração ao Correio da Cidadania, o diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Mário Scheffer, reforça o conceito de divisão social já dito pelo deputado Raul Marcelo e também acredita que "isso cria um verdadeiro apartheid dentro do sistema".É só fazer as contas. Agora, as OSs vão atender 75% dos usuários do SUS e 25% de clientes com planos de saúde. Quer dizer, um pessoa que antes esperava sete meses para ser atendida por um endocrinologista, por exemplo, terá um acréscimo de 25% no tempo. Para a administração tucana, o atendimento de planos traria mais recursos ao setor público. Mas a promotora pública Ana Trotta Yarid entrará com ação de inconstitucionalidade contra o projeto, que visa somente “abrir caminho para a entrada das organizações".Abre caminho para um setor e literalmente presenteia outro. Ela lembra, em entrevista ao Correio da Cidadania, que o governo sempre teve a possibilidade de cobrar dos planos pelos atendimentos que esses utilizaram na rede pública. O próprio secretário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Ismar Barbosa Cruz, afirmou no início deste ano que a dívida dos planos de saúde com o SUS é de "no mínimo, R$ 4,3 bilhões".Nas tetas estataisRaul Marcelo chama atenção para dados de um relatório do Dieese. Ele mostra que, em 2004, foram gastos R$ 600 milhões com OSs e, em 2008, foram gastos mais de R$ 1 bilhão. Roberto*, funcionário de uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da zona leste da capital paulista, gerenciada por uma OS, denuncia que foram gastos, só para a construção de um jardim estilo japonês, cerca de R$ 20 mil, sem nenhum tipo de fiscalização.“Isso revoltou os funcionários”, diz.Por falar em revolta dos funcionários, a terceirização como consequência da criação das OSs é fator preponderante para a diminuição dos encargos trabalhistas. Entre 2000 e 2007, os gastos proporcionais com as OSs cresceram 114,14%, saltando de 9,76% para 20,90% dos recursos da saúde. Já as verbas para “pessoal e encargos sociais” caíram, proporcionalmente, 26,08%, saindo do patamar em 2000 de 53,58% para 39,6% em 2007. Esse dados constam do Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.O governo economiza custos e obtêm maior lucratividade. Roberto, entretanto, assinala que na AMA onde trabalha nunca observou a contratação de tantos funcionários, porém, todos terceirizados. Assim como chamou a atenção da reportagem o excesso de seguranças na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foram observados cerca de 15 seguranças. AssanhadoAlém de abrir as portas da bonança para as OSs e os planos de saúde, em dezembro de 2007, o governador ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), para derrubar a lei estadual que criou os Conselhos Gestores de Saúde no SUS. “O destaque mais negativo [com a aprovação da nova lei] é o fato dela desarticular o pouco que conquistamos no Brasil. Em primeiro lugar, a saúde é direito e dever do Estado. Em segundo lugar, ela tem que ter o controle social”, defende Raul Marcelo.*nome fictício

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Baderneiros?


Nossa sociedade, principalmente parte da imprensa e do meio político, tem um costume de rotular aqueles que procuram chamar a atenção sobre alguns pontos que não engrandecem essa mesma sociedade. Sociedade que na maioria das vezes tem os valores trocados: vale o dinheiro! Quem tem mais grana dá a versão que interessa. Interessante que os verdadeiros baderneiros, aqueles que fazem baderna com o dinheiro do povo, escondem os bastidores e passam por vítimas, tornando réus aqueles que os fazem se olhar no espelho. É um jogo sutil, que só os olhos mais atentos e menos comprometidos com a classe dos que mandam são capazes de ver.
Portanto, antes de repetirmos como papagaios aquilo que escutamos em boa parte da imprensa e no meio político, devemos conhecer melhor os bastidores e os interesses que rolam nos porões. Devemos saber que também a imprensa, salvo, ainda bem, alguns bons profissionais, é paga para falar exatamente aquilo que o dinheiro paga para ser dito. Isso sim que é baderna!
Viva o baderneiro, aquele que denuncia a baderna da festa do mau uso do dinheiro público!
Fim ao baderneiro que usa mal o dinheiro do povo!
Cabe a comunidade escolher o baderneiro que lhe interessa!

Valmir Coelho Ludvig

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Poder (Artigo)

Em qualquer espaço que pisamos encontramos gente que detém algum poder. São chefes, encarregados, presidentes, coordenadores e várias denominações de cargos, funções, tarefas, que dão poder às pessoas. Quando uma pessoa ganha um poder, a gente sabe direitinho, pelo modo de falar, pelas atitudes, se esse poder é participativo ou autoritário.
Tem gente que diz que quando a pessoa ganha um poder, ela muda. Não acredito nisso. Quando uma pessoa ganha um poder, ela apenas ganha uma oportunidade de mostrar exatamente quem ela é.
O poder-partilha, divide tarefas, acredita na capacidade de cada um. Visto assim, o poder é algo bom, sereno, construtivo. Cada um que participa dele se sente integrado, sente que pertence ao grupo.
Tem gente que reclama que “ninguém participa”, “ninguém ajuda” – o que pode ser verdade – mas também não “larga o osso” para que mais gente participe das decisões de grupo.
Tem aqueles que reclamam que “puxam o sino” faz mais de 50 anos, mas não largam o badalo.
Pois é! Pior de tudo mesmo é o poder autoritário, tão presente em nosso meio ainda. Tem algumas figuras que se colocam acima dos outros e, por serem desqualificadas, tacanhas, fechadas, sem experiência, acabam travando muitos bonitos processos que andariam muito mais rápido se elas não fossem truculentas.
Tem gente da elite que é descomprometida com o mundo. Vê somente o seu umbigo e usa do poder que tem para desqualificar, incriminar, discriminar, humilhar aqueles que poderiam ser beneficiados com o espaço de poder que muitos possuem. Uma pena! Um desperdício!
Tem muita gente que tem poder e tem alimento, roupa, saúde, educação, lazer e não consegue enxergar e usar o poder que tem para socializar a alegria, o pão, a poesia. Não consegue ter sensibilidade para compreender que vida digna é direito de todos e não privilégio de alguns.
Todos os que têm algum tipo de poder deveriam ter a consciência que podem usar o que tem para construir um mundo melhor. Se isso não acontece, poder não serve para absolutamente nada. Ou melhor: serve apenas para separar povos, denegrir a imagem dos mais pobres, violentar pessoas e criar distâncias entre os seres humanos que buscam sempre um lugar ao sol.
O sol deve de ser para todos, embora alguns insistem em roubar a sua luz só para si, para os seus e para interesses nada coletivos.
E nós? Devemos insistir para que a sombra seja apenas um lugar de descanso e não um lugar sombrio de sofrimento, de segregação, de mazelas.
Partilhemos tudo o que temos e o que somos! O mundo rapidinho será outro!
Valmir Coelho Ludvig

domingo, 13 de setembro de 2009

Latifúndio faz mal

Confissões do Latinfúndio

Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.

Por onde passei,
plantei
a morte matada.

Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...

Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.

Pedro Casaldáliga
(Bispo Jubilado de São Felix do Araguaia, MT)

VEJA e MST

A REVISTA VEJA E O MST
Laerte Braga
Entender o papel que a revista (com o perdão da palavra) VEJA cumpre dentro dos “negócios” no Brasil é simples. Assim como receber a tarefa de escrever sobre o martírio de Cristo na sexta-feira santa e ficar aguardando a determinação do dono sobre se é para ser contra ou a favor. Revistas como VEJA, ÉPOCA e jornais como O GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, ou redes de tevê nacionais, a grande mídia de um modo absoluto, são instrumentos da classe dominante. Não importam os fatos, mas a versão. E quem paga. São sempre os donos que pagam. Esse não é um fenômeno só do Brasil. Governos latino-americanos como o do presidente Hugo Chávez enfrentam o desafio de vencer essa batalha, a maior dentre todas na luta popular. A da comunicação. A revista VEJA dedica-se em sua última edição a tentar transformar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) numa versão brasileira da Al Qaeda. Não é a primeira vez que faz isso. Em 1999, com os recursos que a tecnologia permite, publicou a foto do líder do movimento, João Pedro Stedille sugerindo-o um demônio. Estão ali acusações de desvio de recursos de programas do Governo Federal para assentamentos, denúncias de fartos recursos a partir de fartas transferências do governo Lula, tudo num único objetivo, o de evitar a discussão e o debate de questões fundamentais como a reforma agrária, a política agrícola de favorecimento ao agronegócio e agora, especificamente, a revisão e atualização dos índices de produtividade. É uma determinação legal e deve ser feita de dez em dez anos. Quando o delegado Protógenes Queiroz prendeu o banqueiro Daniel Dantas, parceiro de FHC e patrão de Gilmar Mendes (que já cobrou, de forma intempestiva do governo providências contra o MST) VEJA tratou de desmoralizar a ação do delegado afirmando que havia uma série de escutas ilegais feitas no gabinete de Gilmar e revelou uma delas, uma suposta conversa com o senador Heráclito Fortes, um dos integrantes da grande quadrilha tucano/DEMocrata. As gravações nunca apareceram pelo simples fato que nunca existiram. Foi só uma denúncia infundada, mentirosa e com o objetivo de desviar a atenção da opinião pública de todo o emaranhado de trapaças de Dantas. Por extensão, das arbitrariedades de Gilmar à frente do STF DANTAS INCORPORARION LTD (antiga suprema corte). À época do acidente com o Airbus da TAM que matou centenas de pessoas, ao perceber que a tática da GLOBO de incriminar e culpar o governo por conta de “irregularidades” nas pistas do aeroporto de Congonhas falhara, estavam começando a aparecer as irregularidades sim, mas na aeronave, na manutenção, nos cuidados da empresa com seus aviões, saiu com uma capa sórdida atribuindo a culpa ao piloto. “O PILOTO É O CULPADO”.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Livre pensar

Sempre tive a convicção que o problema do mundo não é ter muita gente.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Droga é coisa de pobre?

Só entende o que é o Bolsa Família quem está em situação de vulnerabilidade e quem tem sensibilidade. Fora isso isso escuta-se muita bobagem. Agora apareceu gente - que se diz defensora dos oprimidos - que disse em outras palavras que pobre usa o cartão para comprar droga. E o rico usa o quê?
O preconceito e a busca de possíveis casos isolados para incriminar os pobres tem sido uma constante em gente da elite sem nenhum compromisso social.
Valmir

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Em frente

Entendo como um direito e compreendo as palavras que o Prefeito disse sobre a Câmara no jornal. De fato, havia um compromisso e a palavra dita por alguns vereadores de que todos os projetos relacionados aos funcionários públicos e reforma administrativa seriam votados todos de uma vez, acabou não acontecendo. Penso que a oposição não conversou direito sobre isso e agora tem um entendimento diferente. A Câmara rebateu as críticas do prefeito com uma nota, mas parece que tem gente que quer mais. Agora, a Câmara votou, com aprovação de sete vereadores, uma moção falando ainda desse assunto. No meu modo de ver, algo desnecessário e infeliz. Mas para mim o mais importante é que os projetos foram votados e a cidade saiu ganhando, graças ao Paulo e Farinha que estão de parabéns pela coragem em mexer em tantos projetos ao mesmo tempo. Claro que isso incomoda alguns! Em frente!