segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Poder (Artigo)

Em qualquer espaço que pisamos encontramos gente que detém algum poder. São chefes, encarregados, presidentes, coordenadores e várias denominações de cargos, funções, tarefas, que dão poder às pessoas. Quando uma pessoa ganha um poder, a gente sabe direitinho, pelo modo de falar, pelas atitudes, se esse poder é participativo ou autoritário.
Tem gente que diz que quando a pessoa ganha um poder, ela muda. Não acredito nisso. Quando uma pessoa ganha um poder, ela apenas ganha uma oportunidade de mostrar exatamente quem ela é.
O poder-partilha, divide tarefas, acredita na capacidade de cada um. Visto assim, o poder é algo bom, sereno, construtivo. Cada um que participa dele se sente integrado, sente que pertence ao grupo.
Tem gente que reclama que “ninguém participa”, “ninguém ajuda” – o que pode ser verdade – mas também não “larga o osso” para que mais gente participe das decisões de grupo.
Tem aqueles que reclamam que “puxam o sino” faz mais de 50 anos, mas não largam o badalo.
Pois é! Pior de tudo mesmo é o poder autoritário, tão presente em nosso meio ainda. Tem algumas figuras que se colocam acima dos outros e, por serem desqualificadas, tacanhas, fechadas, sem experiência, acabam travando muitos bonitos processos que andariam muito mais rápido se elas não fossem truculentas.
Tem gente da elite que é descomprometida com o mundo. Vê somente o seu umbigo e usa do poder que tem para desqualificar, incriminar, discriminar, humilhar aqueles que poderiam ser beneficiados com o espaço de poder que muitos possuem. Uma pena! Um desperdício!
Tem muita gente que tem poder e tem alimento, roupa, saúde, educação, lazer e não consegue enxergar e usar o poder que tem para socializar a alegria, o pão, a poesia. Não consegue ter sensibilidade para compreender que vida digna é direito de todos e não privilégio de alguns.
Todos os que têm algum tipo de poder deveriam ter a consciência que podem usar o que tem para construir um mundo melhor. Se isso não acontece, poder não serve para absolutamente nada. Ou melhor: serve apenas para separar povos, denegrir a imagem dos mais pobres, violentar pessoas e criar distâncias entre os seres humanos que buscam sempre um lugar ao sol.
O sol deve de ser para todos, embora alguns insistem em roubar a sua luz só para si, para os seus e para interesses nada coletivos.
E nós? Devemos insistir para que a sombra seja apenas um lugar de descanso e não um lugar sombrio de sofrimento, de segregação, de mazelas.
Partilhemos tudo o que temos e o que somos! O mundo rapidinho será outro!
Valmir Coelho Ludvig

Nenhum comentário: