segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Artigo desta terça - Jornal Em Foco

“Máquina de tirar retrato”


Não existe nenhum mal em aparecermos em fotografias, registrar fatos, deixar marcada nossa participação em eventos. Isso todos podem fazer. O problema é quando se faz disso um objetivo obcecado de querer tirar vantagem.

Tem muita gente que gosta de aparecer sempre na hora boa. Na hora de construir alguma coisa só o fazem nos momentos fáceis. Quando aperta, exige, somem. Nas empresas, na vida política e no cotidiano tem muita gente assim. Não tem coragem de defender um projeto, uma idéia , não entram em polêmica ou em alguma coisa que possa virar polêmica, mas qualquer coisa que dá resultado positivo correm para aparecer na foto. Nas dificuldades somem, nas horas boas são os primeiros que querem estar na frente da “máquina de tirar retrato”.
Infelizmente na vida pública ainda existe muitos oportunistas. Muita gente que pouco constrói, mas que aparece na hora da foto. A foto, até pode ser o fechamento de uma conquista, mas não deveria ser forjada, forçada.
Há políticos que torcem para as coisas não darem certo e quando começa a andar dão um jeito de dizer que foram os responsáveis pela conquista. A Rede Globo dá uma lição nesse tipo de maldade: não ajudou em nada na redemocratização do país, se aproveitou e se criou graças à ditadura e dinheiro público e quando viu que as “Diretas Já” ia virar realidade, quis ser pai e mãe da criança. Ou não foi? Hoje aparece denunciando corrupção como se nunca tivesse se envolvido nisso.
Como distinguir os oportunistas dos outros? Simples. Conversando, conhecendo, pesquisando. Fora isso, eles conseguem enganar direitinho.
Outra jogada espetacular é aquele político que de propósito sempre chega atrasado nas solenidades. Aliás, coisa que pode acontecer. Não é disso que falamos. Falamos daquele que tem por regra fazer isso. Então ele passa na frente das pessoas, das “máquinas de tirar retrato” e se colocam em lugar bem estratégico para sair na foto “do lado da noiva”. Faz pose, sorri e até acena. Rouba a cadeira enquanto alguém está falando, sai na fotografia e levanta rapidinho para dar lugar ao ocupante que acabou de falar.
Lógico que pessoas com cargos públicos, muitas vezes tem muitos compromissos e precisam estar em mais lugares quase ao mesmo tempo e por conta disso dão uma passadinha para prestigiar o evento. Isso é legítimo. Mas o que falamos aqui é daqueles que tem por hábito, orientação chegar apenas para serem notados.
Aos cidadãos/ãs cabe perceber, não dar palanque e nem alimentar essa prática que infelizmente ainda está muito presente em nosso meio.
Nada melhor para as pessoas do que agir naturalmente.


Valmir Ludvig

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