terça-feira, 8 de maio de 2012

Artigo - Em Foco - 08/05/12

Para a mídia: boa mesmo é a notícia ruim!

Tenho observado que a cada dia cresce mais na mídia a famigerada busca por coisas ruins. Desgraça vende, mexe e dá dinheiro.

Por todos os cantos de nosso país há pessoas, entidades e movimentos diversos fazendo coisas extraordinárias, bonitas, boas, mas o que sempre aparece são as más notícias. O dia que só tiver notícia boa na mídia muita gente vai “morrer de fome”.

Em muitos espaços acontecem coisas positivas, buscas de soluções para diversos problemas e isso custa a ter qualquer divulgação. Uma vez ou outra sai uma “coisinha” ou outra para que a coisa não fique tão escancaradamente negativa.

Muitas vezes em reuniões, palestras, eventos, o que se observa é que tem gente procurando um “furo de reportagem” para “esculhambar a festa”. Fofocas, detalhes que na maioria das vezes nada acrescentam, são chamados de “furos”. De fato são furos! Esvaziam a esperança. Esvaziam a vontade de mudança. Esvaziam a grandiosidade de muitos que tentam de todas as formas construir mudanças.

Canso de ouvir que a mídia apenas registra, reflete o que acontece na sociedade. Não é verdade. Ela seleciona, escolhe o que interessa em termos de audiência e de venda do produto. Acostuma os cidadãos/ãs a aguardarem sempre uma má notícia porque rende.

Infelizmente a mídia é uma grande desestimuladora de esperanças e mudanças. É uma mesmice. Nos feriados fala de quantos carros estão saindo da cidade e na volta do feriado quantos estão voltando. Gosta quando acontecem bastante acidentes e faz ampla cobertura disso. Quando a volta é normal não tem notícia.

Ler uma página de jornal ou ver um programa de notícias de um ano para o outro em época de Natal/Férias parece que as manchetes são sempre as mesmas e o espaço para as desgraças são cada vez mais generosos. Quem sabe pelo “espírito” do momento há uma certa concessão para uma ou outra notícia boa, já que é época que todos parecem resolver dar uma trégua na maldade.

Lembro que numa escola de Brusque houve um ato violento de um aluno. Claro que poderia se dar a notícia. Mas a notícia rendeu tanto que não fosse a habilidade do diretor da escola – que não abafou o caso – e as manchetes e comentários teriam durado semanas. Na conversa com o diretor disse a ele que apresentasse todas as ações positivas da escola, que aliás eram muitas e muitas. Pronto! Acabou! Não deram muito espaço para a escola relatar todas as belíssimas ações que fazia, mas pelo menos colocou o caso no devido lugar. Era preciso cuidar desse caso, mas não dar importância demasiada quando tantas coisas positivas estavam acontecendo diariamente no estabelecimento de ensino.

É preciso uma nova postura dos leitores, telespectadores e ouvintes diante da mídia. Exigir que paute também todas as boas ações que acontecem no seio da sociedade. Ações que poderiam ter mais visibilidade para criar nas pessoas a vontade, o desejo, a busca da concretização do amor, do bem.

Valmir Ludvig

Nenhum comentário: