segunda-feira, 29 de junho de 2009

Felicidade, poder, eleição e democracia

Muitas pessoas passam a vida inteira atrás da felicidade e não a encontram. Buscam a felicidade nas lojas e supermercados. Procuram andar nas ondas do momento conforme a moda e aí também não está. Buscam ainda em tantas outras motivações externas. Objetivos que nem sempre estão ao alcance das pessoas.
Daí tantas frustrações. Frustração porque compram algo pensando que vão preencher algum vazio. Frustração porque pensam que a felicidade está na casa do outro.
Onde está a felicidade tão procurada, tão perseguida? O exercício é acreditar que a felicidade é algo interno. Está dentro de nós. Portanto, quando estamos bem, poucas coisas são necessárias para nos fazer feliz. Ou em outras palavras: as coisas mais simples é que nos vão fazer feliz.
Seremos capazes de vibrar com um bom dia. Com um gesto simples de ajudar o outro. Seremos capazes de sentir o vento. Seremos capazes de valorizar um banho de cachoeira. Perceber uma flor.
Só quando estamos de bem conosco é que o que está fora de nós pode facilitar, ajudar na nossa felicidade. Aí sim uma roupa pode nos fazer bem. Um jantar pode se transformar num belo momento. O externo ganha um sentido diferente e passa a nos ajudar.
A felicidade não é egocêntrica. Ela não se satisfaz sozinha. Ela atinge sempre o outro. Se não me preocupo com o outro, minha felicidade é passageira, nem felicidade é. O bem que quero para mim, devo desejar e colaborar com o outro.
Cada cidadão, cada cidadã que possui alguma forma de poder, deve colocar esse poder á serviço dos outros. O poder, maior ou menor, só tem sentido quando é serviço. Quando não é serviço, o poder impõe. O poder gera medo. Quando não é serviço, o poder produz subserviência, dependência. Quando é serviço, o poder gera vida. Gera alegria.
Quando temos alguma tarefa e envolvemos mais gente, como exercemos nossa liderança? É para o serviço ou para que nos sirvam?
Quando alcançamos algum poder porque fomos escolhidos com a participação das pessoas, seja a eleição do tamanho que for e no lugar que for, o poder que nos é dado, só tem sentido se representar interesses coletivos. Se não for assim, vira ditadura, coerção, sufoco, perseguição. Experiência que conhecemos muito bem as graves e cruéis conseqüências.
Onde tem gente mandona as coisas não fluem, não acontecem ou acontecem de modo atravessado. Quando tem gente que coordena democraticamente, as pessoas são felizes, estão satisfeitas e caminham juntas em busca do objetivo comum proposto, onde também elas ajudam a formular.
Não existe nada pior que gente que usa o poder para sufocar e impedir o crescimento, a criatividade que cada um tem. Em qualquer espaço onde tem donos, tem problemas sérios de relacionamento. Tem brigas. Disputas desleais.
Onde tem vento de democracia, tem conflitos, mas que geram soluções e crescimento. Nosso desafio é sempre, em qualquer espaço, cutucar para que as pessoas participem das decisões pequenas e grandes. Quando todos participam, a responsabilidade e as tarefas são divididas. Todos crescem. Todos são protagonistas das construções. Todos se sentem interessados, se envolvem.
Essa é a verdadeira democracia, que em termos absolutos ainda estamos um pouco longe de alcançar. Mas comecemos. Não podemos demorar!!

Valmir Coelho Ludvig

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