segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Discurso de Posse - Legislativo e Executivo - 2009 (A pedido)

Autoridades já nominadas, lideranças políticas, líderes religiosos e civis, imprensa, comunidade, presentes

O gesto de dividir esse momento em duas falas é uma demonstração do desejo que temos de buscar no trabalho coletivo, conjugar as diversas idéias para o bem de nossa cidade.

Muitas vezes, na caminhada da vida como músico e educador, encontrei situações de pessoas sem esperança, desanimadas. Em contrapartida, muitos foram os momentos em que o gesto de pessoas simples serviram de alento e fonte de energia para continuar a caminhada.

Tempos atrás fiz esta poesia:

Cá to eu
Falando em sonho
Catando os que ainda acreditam
Fazer possível o impossível
Mudar o “sempre foi assim”
Cá estamos nós
Nós que somos ainda poucos
Mas que podemos ser muitos
A acreditar no sonho
Sonho real de mudança
Não de travesseiro
Esses são sonhos do apenas possível
Queremos muito mais
Sonhos possíveis não levam a lugar nenhum
Sonhos possíveis são apenas remendos
Sonhos impossíveis é que fazem a mudança
Um mundo sem oprimidos, sem opressores.
Sem fome, sem violência...
Cá to eu
Falando em sonho



A vida pública só tem sentido quando colocamos o que somos, o que sabemos, o que temos, à serviço da construção de uma sociedade justa, fraterna e que busca de todas as formas soluções para que cada pessoa que vive nela tenha o necessário para ter dignidade e uma vida feliz.
Cada um de nós, eleitos para o poder executivo e legislativo, temos o compromisso de continuar ouvindo, reunindo, buscando consenso para que todos os diferentes pensamentos, de todos os segmentos, sejam riquezas para a construção de uma Brusque boa prá se viver.
Que cada um de nós que pertence a um grupo, a um partido – e isso é salutar – se esforce para que essas diferenças que existem, sejam explicitadas num debate aberto, sincero, ético, conflitivo às vezes, mas que tenham como foco encontrar saídas para os problemas que sempre precisam ser mediados quando se vive em sociedade.
Quanto mais o poder for dividido e partilhado, quanto mais envolver gente, mais idéias e ações poderão ser desencadeadas para que o convívio numa cidade seja pacífico, cordial, amoroso, respeitoso. Quanto mais se distribuir responsabilidades, melhores serão os resultados. Que saibamos discutir e ceder quando um bem maior está sendo colocado para o bem de uma coletividade.
Na Câmara, na Prefeitura, qualquer que seja a função, quando estamos falando de público, a própria palavra já fala por si só. Público não é privado. Não diz respeito a gostos pessoais, a interesses individuais e, por conseguinte, não se pode ocupar esses espaços como sendo algo pessoal ou pertencente a um grupo.
Esse é sempre o grande desafio dos que ocupam um cargo público: perceber que esse espaço não é um quintal seu, mas um terreno de todos, onde todos podem e devem opinar como deve ser ocupado, visando adequá-lo sempre aos interesses comuns. Interesses esses que devem ser discutidos à exaustão para que contemplem o maior número de cidadãos e cidadãs possível.
A eleição é feita para que pessoas da comunidade trabalhem visando o bem estar dessa comunidade. Por conta disso, as pessoas devem ser tratadas com respeito, carinho e humanidade.
Tenho certeza que saberemos honrar os votos que recebemos com muito trabalho e espírito público. Exemplos não faltam por esse país afora de práticas que libertam, que trazem o bem. Não podemos sepultar esperanças.
Práticas boas ou ruins dependem da participação de todos, eleitos, eleitores, enfim toda a sociedade. Todos os espaços ocupados devem ter “janelas abertas” para que sopre o vento da democracia. Para que todos tenham acesso às informações, contas, orçamentos, gastos, investimentos. Somente através da transparência, quando a população se empodera dos dados e números, é possível discutir, priorizar e deliberar caminhos a serem traçados. Exercício para se fazer sempre. Desafio para todos nós.
Agradeço aos vereadores, a oportunidade de poder dizer essas palavras em nome de todos. Certamente, no coração e na mente de cada um, há uma grande vontade de dizer muito mais. Um só, ou dois, podem não conseguir dizer tudo. Mas todos teremos oportunidades de, nesses quatro anos, expressar nossas idéias e agir coerentemente ao que pensamos. Esta legislatura, com certeza, vai continuar fazendo história. Serão mais páginas escritas e com o nosso esforço poderemos fazer com que todos os cidadãos voltem sempre a ler essa bonita página que Ademir, Alexandre , Celso, Duda, Edson, Jonas, Jones, Roberto, Valmir, Vilmar - e seus suplentes - escreverão com trabalho, dignidade, ética, seriedade, companheirismo e respeito!
Daniel Lucena tem uma frase numa canção que diz: “A vida é pouca, e o que vale é se querer, bem mais que mais e mais...”. É isto que vale.

Que todos os nossos atos sejam sempre uma constante dedicação ao próximo, de forma especial àqueles que mais necessitam. Nesse momento especial, àqueles que foram atingidos pelas águas. Esse desafio é de todos nós: juntos continuar construindo e reconstruindo nossa cidade. Isso só é possível com o envolvimento de todos.

Senhor Prefeito e Vice Paulo e Farinha e Equipe, Servidores Públicos, Vereadores, Funcionários da Câmara, cidadãos e cidadãs: Que cada um de nós, esteja onde estiver, se empenhe para a construção de uma cidade onde o povo seja feliz. Que Deus caminhe conosco, nos ilumine e nos abençoe.

Feliz 2009! Salve Brusque, imortal!

Obrigado!!


Valmir Coelho Ludvig

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