sábado, 15 de agosto de 2009

A gripe das incertezas ou das espertezas? - (Artigo - 14/09/2009)


Hoje nos deparamos com algo que é ainda pior que as doenças. Se a doença já é alguma coisa que apavora, mais apavorante ainda é a manipulação. Pior que a gripe é a manipulação da gripe. Na verdade não sabemos seu tamanho. Quem tem força, dinheiro, poder, vai dando a notícia e o tamanho da desgraça conforme o retorno. Triste não?
Por causa das manipulações do passado, estamos numa encruzilhada. É do tamanho que falam? É exagero? A quem interessa o pânico? Quem ganha com a gripe? Qual a empresa farmacêutica transnacional da vez?
Ficamos de verdade numa situação extremamente delicada. Prevenir sem alardear. Suspender eventos? Não suspender?
Setores que lidam com remédios, vacinas, manipulam informações e lucram horrores com as vidas humanas. Lamentavelmente a maldade, o desejo desenfreado pelo lucro a qualquer custo chega às raias da vergonha. Sem qualquer escrúpulo, seres humanos exploram outros seres humanos com a maior tranqüilidade. Jogam com a vida das pessoas como se fossem mercadorias.
Os meios de comunicação escondem as mortes diárias provocadas por tantas doenças e fazem questão de “sensacionalizar” a notícia sobre a gripe da vez. A gripe vira espetáculo. Vira furo de reportagem. Tudo é matéria para dizer que foi ou não foi comprovada a gripe. Caso comprovada, garantia de mais vendas. No fundo, embora jurem ao contrário, os veículos gostam mesmo é de noticiar sem muita profundidade, desde que vendam.
Vale tudo para vender o próximo número de jornal, para garantir audiência da rádio e TV. Comprovar ou não é o que menos importa. Comprovada ou não, a gripe será assunto até cair o próximo avião. Até surgir uma nova desgraça.
Teses, contradições, afirmações, negações viram tudo mais ou menos a mesma coisa. Mentiras e verdades parecem se misturar com naturalidade. Conforme os interesses em jogo, mente-se ou fala-se a verdade.
Enquanto isso, vai sendo plantada a semente da insegurança, que interessa certamente a alguém. Com a preocupação e a necessidade de se cuidar para não se morrer com a gripe da vez, não se percebe que escondem os que morrem – e morrem muito mais – de gripe comum. Isso como se fossem vidas (mortes) diferentes. Enquanto isso uma empresa farmacêutica vai enriquecendo novamente.
Sei que é uma reflexão difícil de ser feita. Também corro o risco de pegar a gripe, mas acho ainda pior saber que tem gente que ganha com essa histeria coletiva. O que busco com essa reflexão é dizer que chegamos num nível de (des) informação tal que já não sabemos mais o que é informação e o que não é. Há tantas doenças matando diariamente que não são notícia. Não interessam?
Devemos nos preocupar, mas é necessário sobrar alguns sóbrios que não entrem nesse estresse, para ter serenidade diante do tamanho do “monstro”. Sendo um “monstrão” ou um “monstrinho”, real ou plantado, merece todo nosso cuidado. Não se pode minimizar nem aumentar. O problema maior é saber o tamanho exato de toda essa história.
Seria muita loucura desconfiar que essa gripe tenha sido mais uma “criaçãozinha humana”, como tantas outras coisas estranhas que o ser humano já fez para matar os inimigos numa guerra?
Que sobrevivamos a mais essa!!

Valmir Coelho Ludvig

3 comentários:

Fernanda disse...

Existe uma frase que diz o seguinte: “Muitos, ou melhor, poucos vivem e enriquecem da miséria humana”.
Acredito que nesta frase há muito do que vc escreveu no texto.
Mas, penso: “porque isso acontece? Porque as pessoas se deixam levar, deixam que esses poucos governem que estabeleçam tantas injustiças, tantos horrores. Como podem?”
Pq a Sociedade deixa que tornem suas vidas um VAZIO IMENSO e, pior deixam que OCUPEM O VAZIO CRIADO POR UMA COISA CHAMADA TODO OU, PLENO. Que é criado pra satisfazer um negocio que ainda não compreendi. Modismo, capitalismo, consumismo, rótulos...
Tudo o que estão dizendo sobre a nova gripe é ridículo. Ainda assim, eles falam com tanto descaso que a coisa está se tornando piada. Ai penso nas famílias que perderam um ente querido, uma pessoa querida. Filhos que perderam seus pais, e, pais que perdem seus filhos.
Gente!!! Quanto descaso com a vida, com o SER HUMANO.

Obrigada Valmir!
Pelo texto esclarecedor. Por nos abrir os "olhos".
Grande Abraço

Valdomiro da Motta disse...

A sua paranóia textual, meu caro Ludvig, tem seu fundamento. Compartilho-a. Sempre tem alguém ganhando com esta ou aquela situação. Não é diferente neste caso da onda da vez, a gripe A. E sabemos bem a força que têm a indústria estrangeira, leia-se aqui os institutos multinacionais que produzem tanto a cura quanto a própria praga. Assim como se produzem guerras a fim de escoar a produção armamentícia de países que têm nesse setor grande poder, pode-se, sim, se criar um monstro que renda cifras milionarias planeta à fora.A coca-cola e tantos produtos norte-americanos não entraram no Iraque depois de uma guerra com objetivo? Pois é, é assim. Abraços e parabéns pelo blog.

Valdomiro da Motta
Jornalista

Valmir Ludvig disse...

Valdomiro

Grato por tua participação.
Causa indignação que o ser humano, dotado de inteligência, gaste tanta energia para a maldade.
Cada dia criam alguma coisa para causar medo e vendem alguma coisa para tratar do medo. Como dizias, busca-se a cura das pragas criadas.
Temos dificuldade de lidar com isso porque não sabemos qual o tamanho do "monstro". Podemos não prevenir e morrer. Podemos superestimar, causar pânico e mortes que podem não aparecer.
Responsáveis por isso se escondem por detrás da paranóia que provocam e saboreiam com o lucro desenfreado de ações tão maléficas.
Penso que nosso papel seja falar isso. Talvez muita gente falando sobre esses esquemas a gente consiga diminuir os espaços desses que se utilizam desse meio para se enriquecer e dominar.

Grande abraço


Valmir